A paz do Senhor, amados.
Dentre as inúmeras pérolas contidas na Palavra de Deus, gostaria de abrir este blog com uma meditação baseada na linda história de Rute. Uma história de abnegação, de renúncia, de amor incondicional e de humildade, valores esses tão ausentes nos dias de hoje.
Narra-nos a palavra, no livro de Rute, capítulo 1, versículos 1 e 2: "E SUCEDEU que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos; E era o nome deste homem Elimeleque, e o de sua mulher Noemi, e os de seus dois filhos Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e chegaram aos campos de Moabe, e ficaram ali."
Inicialmente, observamos o contexto histórico em que ocorre a narrativa: era um tempo de escassez, e havia fome na terra, inclusive, em Belém de Judá. Belém é citada pela primeira vez na Bíblia em Gen. 35:19, com o nome de "Efrata", tratando-se do local onde Jacó sepultou sua amada Raquel, quando esta faleceu, por ocasião do nascimento de Benjamim.
Em seguida, observamos que o significado da palavra "Belém" é bastante expressivo: significa "Casa de pão". Voltando-nos para o livro de Rute, é inevitável a constatação: um lugar cujo nome era uma promessa de esperança, uma promessa de suprimento das necessidades, havia se tornado em um lugar abandonado, cercado de eventos terríveis como morte e fome, ou seja: não havia mais pão em Belém.
Algo semelhante acontece em nossos dias: eu falo agora com você, que tem sede de Deus, que é um cristão compromissado: já lhe aconteceu alguma vez de ir à casa do Senhor, em busca de satisfação espiritual, e voltar para casa vazio?
É claro que muitos voltam para casa vazios, justamente por que não foram à casa de Deus com um coração íntegro: buscavam talvez amigos, distração, mas não a verdadeira adoração ao Senhor.
Mas lamentavelmente, sou obrigado a constatar que muitas vezes, temos ido à casa do Senhor, com um desejo sincero de receber algo de Deus, com o coração aberto, mas o culto público não atende às nossas expectativas. Por quê?
Tomemos por exemplo o culto público do dia 2 de Outubro deste ano: Santa Ceia do Senhor. Relembro-me com saudades de Santas Ceias do passado, em que chorávamos nossos pecados, nos derramávamos diante de Deus, e sentíamos a sua presença de forma marcante e intensa em nossas vidas.
Já no último sábado, me deparei com uma mensagem supostamente "culta", em vários pontos discordantes da palavra, e quase vazia de graça de Deus. Vamos falar aqui sinceramente: O que a igreja de Cristo tem a ver com a tal "jurisprudência"? Qual a necessidade ou utilidade de utilizar palavras difíceis ou um vocabulário de alto nível na igreja? talvez para surpreender, para impressionar, para emocionar...
Mas... Meu Deus do céu! a gente não precisa de nada disso! Um pouco de coerência que Deus nos dá é o suficiente para saber que precisamos, nestes últimos dias, de mais graça e menos ostentação ao usar o púlpito do Senhor! A propósito, quanto mais simples a mensagem, melhor! O que importa é que o povo entenda o que está sendo transmitido, e para isso a mensagem precisa ser limpa, direta, inteligível, e não rebuscada ou afetada pelo conhecimento humano.
E nem me fale daquela absurda afirmação de que "Não devemos julgar a nós mesmos" (???) É uma conclusão precipitada e equivocada de 1 Cor. 11:31. Não é isso que a palavra está dizendo! Pelo contrário, um pouquinho atrás, o versículo 28 expressa: "Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." É justamente o que devemos fazer: avaliar, examinar, julgar o nosso interior, se estamos de acordo com a palavra de Deus! Entendi o que o pregador queria dizer, de que não devemos deixar de tomar a santa ceia por qualquer acusação do inimigo. Mas daí a dizer que não devemos julgar a nós mesmos... é demais!
E o pior de tudo: depois de uma mensagem visivelmente não recebida pela igreja, aquele "forçamento-de-barra" para obrigar os irmãos darem glória a Deus... Só pela graça mesmo!
Não poderia deixar de tecer um comentário sobre os nossos famosos "relatórios" de contribuição do CEM que são prestados ceia a ceia. Hoje são mais curtos do que já foram, e no meu modo de ver, não chegam a atrapalhar o andamento do culto. O que me preocupa é que os irmãos se sentem na obrigação de prestar contas (e mediante relatório falado!), porque outros irmãos PEDEM por isso, ou seja, FAZEM QUESTÃO que o seu nome apareça no relatório. Ora, amados, que recompensa há nisto? Faz-me lembrar as palavras do Senhor Jesus, em Mateus 6: "GUARDAI-VOS de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. (...) Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;" Uma sugestão, portanto, aos amados que não fazem questão que seu nome seja lido perante a congregação, em todas as santas ceias, e que confiam no trabalho altamente idôneo que vem sendo desenvolvido pelo irmão Anésio e sua equipe (o qual pode, aliás, perfeitamente ser fiscalizado por quem assim o quiser mediante relatórios escritos) : vamos contribuir como anônimos! Não coloquem nome nos envelopes! Assim, creio eu, estaremos melhor cumprindo o mandamento do Senhor, contido em 2 Cor 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
P.S.: ninguém se embarace com a afirmação do título do post. Vez ou outra recebemos mensagens gloriosas em nossa igreja. Mas não se questiona que há cultos em que a presença de Deus é maior do que em outros, o que está ligado tanto à qualidade (espiritual, sobretudo) do pregador, como à atitude do adorador. Mas, realmente, o culto do dia 2 foi a gota d´água. Particularmente, acho que quem vai buscar a Deus na sua santa casa nunca perde, mas sinceramente: já houve dias em que a mesa espiritual estava muito mais farta.
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